Frases


"O coração que se ganha é o que se dá em troca"Marcelino Freire



sexta-feira, 5 de maio de 2017

Noite dentro da noite




No dia 24 de abril, ainda no clima da Bienal do Livro (um dia após seu término), estive na Livraria Cultura aqui de Fortaleza para o lançamento do mais recente romance de Joca Reiners Terron, Noite dentro da Noite. Nunca tinha ido a um lançamento de livro antes, e me foi um grande prazer ter este início com o Joca, um cara que admiro bastante, pela já longa trajetória que vem construindo. Ouço falar dele há muito tempo, desde que comecei a escrever, e conheci programas como o Entrelinhas da TV Cultura. 

Ainda não li seus livros, mas sempre vejo entrevistas, conversas, histórias, percebendo também seu forte lado como pesquisador literário, e figura sempre presente em eventos. Estive inclusive numa mesa que ele mediou na Flip, em 2015, entre os escritores Diego Vecchio e Sasa Stanisic. Uma conversa marcada pelas diferenças, de todos os lados. 

Havia bastante movimento na livraria naquela noite. Nas imediações do auditório, várias pessoas, um público diferente, maduro. Marcado para as 19h, um breve bate-papo entre o escritor e o jornalista Jáder Santana. E de cara, entre as prateleiras, encontrei Joca, bem acessível, à espera de seu momento. Aproveitei para já lhe cumprimentar. Era ótimo estar ali, sentir a energia que parece pulsar de cada pequeno detalhe daquela cena, a cena de um lançamento de livro. 







No pequeno auditório, em poucos minutos quase todos os assentos se ocuparam. No palco, sob uma luz indireta bastante direta, Jáder apresentou Joca e iniciou uma rápida conversa sobre o livro, desde seu processo de criação, das inspirações na família, da autoficção, até expandir para o ato da escrita em si e suas múltiplas nuances. Apesar de uma ruidosa interferência no microfone (que demorou a ser sanada) foi possível entrar mais no mundo de Joca, saber mais de sua vida, enxergá-lo a fundo. O livro viria como o mergulho definitivo, após esse breve nado geral. 



Algumas falas interessantes que consegui captar:

"Quando se decide escrever, ninguém sabe exatamente o que vai escrever"

"A história é contada com certo grau de dificuldade. Gosto do desafio. Hoje em dia as pessoas têm medo de abordar coisas complexas, talvez pela facilidade de celulares e afins"

"Nossa vida é uma sucessão de dias onde quase não há nada extraordinário, e é bom que seja assim. Mas o extraordinário, a meu ver, deve estar nos livros. Os personagens dos livros devem ter isso"








Fiquei um bom tempo perambulando pela livraria, fui um dos últimos a ter o livro assinado. Isso porque quis absorver um pouco mais daquela atmosfera, daquelas pessoas, tão próprias, tão distintas, que se reuniram ali naquela hora, naquela noite. Com exceção de alguns bem óbvios, ficava pensando quem era todo aquele pessoal, como tinham ouvido falar dele, e daquele lançamento em plena segunda-feita. Era tudo muito curioso de se pensar. A fila andava, cada um com o livro na mão, como um troféu. E o livro era de fato bem bonito, lembrava um estilo mais noir, anos 80 talvez. Fiquei muito curioso para lê-lo, os personagens alemães, os conflitos, a trama amarrada... Não consegui comentar muitas dessas coisas com Joca, quando enfim chegou minha vez, mas lhe disse tantas outras. São momentos rápidos, mas muito valorosos. E provavelmente logo mais nos reveremos em algum outro evento, em alguma outra noite dentro da noite. 




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