Frases


"O coração que se ganha é o que se dá em troca"Marcelino Freire



domingo, 31 de julho de 2011

FLIP 2011 - Breves considerações





A FLIP, Festa Literária Internacional de Paraty, aconteceu no início deste mês, e ainda vem dando muito o que falar, tamanha a grandeza dos assuntos debatidos e influência dos convidados presentes! Resolvi fazer uma postagem breve sobre algumas coisas que me chamaram atenção no evento. Ao longo desta, coloquei alguns trechos das mesas, disponibilizados pela organização da FLIP!




Graças à equipe do evento, que exibiu praticamente todo o conteúdo principal (as 16 mesas, com cerca de 1 hora e 15 minutos cada) ao vivo na internet, quem não esteve em Paraty pôde acompanhar tudo na íntegra.  





Esforcei-me para tentar assistir a todas as mesas, e assim conhecer mais dos ilustres convidados, em uma maratona diária na frente do computador, tão intensa que várias vezes me senti quase parte do público da plateia, acompanhando avidamente cada palavra dos convidados!




E que convidados! Conheci grandes nomes, como Andrés Neuman, Caryl Phillips, Enrique Krause, John Freeman, Héctor Abad, Luiz Felipe Pondé, Joe Sacco, David Byrne e James Ellroy. Além da mesa composta por Ignácio de Loyola Brandão e Contardo Calligaris, que falaram sobre crônica e romance, em uma das mesas que mais ansiava, pois admiro muito estes dois escritores (destaque também para Cadão Volpato, que mediou esta ótima mesa).




Todas as mesas foram muito bem abertas pelo jornalista e crítico literário Manuel da Costa Pinto, que é curador do evento. Manuel tem sido cada vez mais uma figura constante no cenário literário de nosso país, sempre muito focado e profissional. Admiro bastante seu trabalho. 

Esse ano, a FLIP homenageou a obra do grande Oswald de Andrade, inserindo nas mesas temas decorrentes à antropofagia oswaldiana, um tema muito interessante, que adorei conhecer mais a respeito, nas palavras de todos, principalmente do conceituado professor Antonio Candido.

Um dos grandes destaques era também a mesa que trazia João Ubaldo Ribeiro, um de nossos maiores escritores da atualidade. Infelizmente, perdi preciosos minutos iniciaias da palestra, mas consegui assistir do meio para o fim. Ubaldo esbanjou simpatia e bom humor, contagiando o público, que o aplaudiu intensamente.





Mas a sensação da FLIP 2011 ficou mesmo por conta de um certo escritor angolano residente em portugal, e creio que até então não muito conhecido por aqui: valter hugo mãe. Infelizmente, acabei perdendo boa parte aqui também, pegando apenas algumas palavras da Pola Oloixarac, escritora que dividia a mesa com ele, além de umas poucas palavras perdidas de valter. Porém, estive bem atento no final da mesa, onde o escritor leu uma texto escrito por ele, em resposta à pergunta "Qual a importância do Brasil para você?".

O belo e comovente texto lido por mãe cativou instantaneamente o público presente, tanto no auditório, como – muito provavelmente – o que assistia via internet. Em suas palavras, podíamos ver sua intensa e viva personalidade, além, claro, do enorme carinho que tem por nosso país. Ao final, o escritor foi aclamado pelo público, que o aplaudiu de pé, fervorosamente, por vários minutos. Creio que este foi sem dúvida o momento mais emocionante de todo evento.

Acompanhem este momento quase catequizador, pois, de certa forma, as palavras de valter hugo mãe nos fazem perceber que somos um povo melhor do que acreditamos ser:



Mais informações sobre a FLIP 2011, no site oficial, e quem quiser ver mais trechos das mesas da, basta ir ao canal deles no YouTube.

E, claro, recomendo também o programa Entrelinhas, que tem falado bastante sobre o evento nas últimas apresentações. Os programas também estão todos no YouTube!

Eu, inclusive, já estou varrendo a internet em busca de conteúdo relacionado, sobre os grandes escritores que 'conheci' e suas obras. E não posso esconder uma certa ansiedade para dar uma lida em A máquina de fazer espanhóis, a mais recente obra de valter hugo mãe, que foi incrivelmente abraçada pelo público brasileiro, bem como seu autor.

É, meus caros, valter hugo mãe é mesmo uma onda de proporções incalculáveis. Não foi por acaso que José Saramago o definiu como um "tsunami linguístico, semântico e sintático".

Espero no ano que vem poder interagir com toda essa atmosfera da FLIP lá mesmo, em Paraty. Se tudo der certo, com certeza irei!

Nenhum comentário:

Postar um comentário