Frases


"O coração que se ganha é o que se dá em troca"Marcelino Freire



quinta-feira, 22 de julho de 2010

Anima Mundi 2010 (I - Linha geral)



Nossa, quanta correria! A viagem resolvida de última hora, o voo sempre cansativo, a chegada ao Rio em plena madrugada, e o início do dia seguinte já no clima do Anima Mundi! Assim foi o último dia 19, para mim, meu irmão Diego, e nossa querida mãe, que nos acompanhou nesta aventura.

O Rio de Janeiro é realmente merecedor da alcunha de Cidade Maravilhosa! Pelo pouquíssimo que pudemos ver até agora já podemos dar essa certeza! A estrutura da cidade, a arquitetura dos prédios, o clima agradável, enfim, uma experiência e tanto, vindo de uma cidade como Fortaleza.

O imponente prédio do CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil), que abriga boa parte das atividades do evento é tão suntuoso ou mais do que as fotos que vi uns dias antes. Lá acontecem as oficinas, bate-papos e algumas das mostras de curtas. Também é lá que são vendidos os ingressos para todas as sessões de mostras, que mesmo podendo ser comprados antecipadamente, não impedem as enormes filas que quase sempre estão formadas.

Em uma tenda de enormes proporções, montada especialmente para o evento nas proximidades do CCBB, também aconteciam várias mostras de curtas animados, nacionais e internacionais. As melhores produções mais recentes!

Em um outro espaço adjacente, a Casa França-Brasil, acontecem mais oficinas, com várias técnicas de animação, e também há uma lojinha que vende produtos tematizados, como camisas, bolsas, DVDs, flipbooks etc, tudo com a marca do Anima Mundi. Uma boa oportunidade para levar alguma coisa e marcar esse momento tão especial.

Diego está acompanhando mais intensamente o festival (já teve a oportunidade de conversar um pouco com o grande animador Marcos Magalhães e até com Maureen Furniss, convidada internacional, autora do livro The Animation Bible), e por isso fará uma cobertura um pouco mais completa em seu blog. Eu estou registrando o que posso, com muitas fotos, de quase tudo para onde consigo apontar a câmera, e logo postarei as melhores aqui ;)
Ah, hoje tivemos excelentes curtas exibidos, com qualidade inigualável, técnicas inovadoras e roteiros bem inusitados! Um prato cheio para amantes da animação!

Ah, hoje também tive um tempinho para explorar melhor a exposição "Zeróis", de Ziraldo, que começou no dia 20 de julho, aqui mesmo no CCBB (essa coincidência foi mesmo incrível!). Nossa, cada tela tem um brilho próprio, único. Cores fortes, vibrantes, tão vivas que só faltam pular da tela!

Bom, por hora é só, mas logo falarei bem mais sobre o Anima Mundi e "Zeróis", pois está é apenas a primeira postagem de uma série .Aos que morarem no Rio, não deixem de compareçar a ambos! Não deixem de acompanhar também o blog de Diego Akel, para informações do Anima Mundi sob outro ponto de vista!

Abaixo a tenda, chamada de Praça Animada, onde acontecem as exibições dos curtas:



Veja a parte II - CCBB clicando aqui.

domingo, 18 de julho de 2010

Anima Mundi 2010


Pessoal, na última sexta-feira, 16 de julho, teve início no Rio de Janeiro o Anima Mundi, festival internacional de animação do Brasil. O maior evento dedicado à animação no país chega à sua 18ª edição, e como sempre traz em sua programação uma grande variedade de atrações, como mostras, palestras, bate-papos e oficinas. Uma síntese do que há de melhor no ramo de animação no Brasil e no mundo.

O curta Linhas e Espirais, de meu irmão Diego Akel, foi selecionado para a seção Galeria do festival, seleção especial de filmes que desafiam e/ou inovam os formatos tradicionais, com experimentações no campo da estética, do roteiro e da percepção da linguagem de animação, de acordo com as palavras do site do evento.

Mesmo já tendo trabalhos anteriores selecionados em edições passadas do Anima Mundi, dessa vez ele terá a imensa satisfação de acompanhar pessoalmente boa parte do andamento do festival, bem como a exibição de seu curta, que a cada dia se projeta mais nacional e internacionalmente. E, se nossos planos derem certo, é provável que eu o acompanhe em mais esta empreitada! Será uma ótima oportunidade para mim, de me aproximar ainda mais desse incrível universo que é o mundo da animação. Se assim acontecer, aguardem em breve uma postagem dedicada ao evento, como fotos e fatos ;)

O Anima Mundi 2010 acontece de 16 a 25 de julho no CCBB do Rio de Janeiro. Uma feliz coincidência é que justamente neste período, a exposição "Zérois", formada por telas pintadas por Ziraldo, da qual falei na postagem anterior, acontece no mesmo prédio que abriga o festival de animação. Assim, ao que tudo indica, uniremos o útil ao agradável, e eu terei a chance de ver de perto as 44 gigantescas telas que compõe a exposição ;)

Após o dia 25, o Anima Mundi terá uma segunda parte - uma síntese do que se viu no Rio - em São Paulo, de 28 de julho a 1º de agosto. Informações completas no site oficial.

É isso, os que puderem, não deixem de comparecer!

domingo, 11 de julho de 2010

Ziraldo no Programa do Jô


Ziraldo foi entrevistado na última quinta-feira, 8 de julho, no Programa do Jô, em um momento bastante descontraído, ao melhor estilo de ambos. Na hora, não soube desse fato, mas como as notícias voam - e graças ao YouTube (também está disponível no site da Globo), em poucos instantes já estava podendo assistir a mais essa entrevista do escritor e cartunista.

Na ocasião, Jô mostrou o livro "Ziraldo em cartaz", lançado no ano passado, que traz centenas de cartazes produzidos por Ziraldo ao longo de sua carreira. Bacana foi a parte que mostrou os cartazes feitos para o próprio Jô Soares, como este que ilustra esta postagem ;)

Ziraldo falou ainda sobre sua atividade como pintor, que tem se intensificado nos últimos anos. Foram mostradas algumas telas - de pelo menos 2 metros de largura - que farão parte da exposição "Zérois", que começa a ser exibida agora dia 19 de julho no Rio de Janeiro. A qualidade das obras é impressionante. O traço simples e direto de Ziraldo, aliado a cores fortes e vibrantes, combinam o que o artista sabe fazer de melhor.

A entrevista tem quase quarenta minutos de duração, e é constantemente pontuada por piadas e gracejos de ambos os lados, como disse no início, o que a torna quase uma conversa informal. Aos fãs de Ziraldo, como eu, aí está a entrevista na íntegra:

Parte 1 -


Parte 2 -


Parte 3 -


Parte 4 -



Não deixem de assistir! E aos que puderem, de ir à exposição, que será no CCBB do Rio. Quem dera eu pudesse ir... ;)

Ah, e só pra não esquecer, Ziraldo esteve na Bienal do Livro aqui em Fortaleza, em abril deste ano. Acompanhei a ótima palestra, registrando fotos e vídeos para compor uma das postagens da série "Bienal do Livro 2010: minhas impressões", aqui do blog. Quem ainda não viu, basta seguir por aqui.

terça-feira, 6 de julho de 2010

Dica de leitura: O Ladrão e os Cães


Vou falar agora um pouquinho sobre uma de minhas leituras mais recentes:

O Ladrão e os Cães, romance de autoria do renomado escritor egípcio Naguib Mahfouz, é uma história instigante, que muitas vezes lembra um bom romance policial. Repleta de intrigas, revezes e surpresas, a trama conduz o leitor direto ao coração do Cairo, mostrando a estrututra da curiosa sociedade egipcía, em meados dos anos 50.

Uma das razões que me fez comprar este livro foi o pequeno prólogo, contido na parte de trás dele, que transcrevo na íntegra abaixo:

O Ladrão e os Cães é, a um só tempo, um thriller e uma análise ética do mundo. Said é um Robin Hood egípcio cujos furtos são motivados por poderosos princípios igualitários, bem como por rancor social. Recém libertado da prisão, ele tem à frente o desafio de começar do zero e reconquistar sua filha. Mas a rejeição dela e a sede de vingança por aqueles que o traíram levam-no às profundezas da vida no Cairo, durante os primeiros anos do movimentos que culminou na revolução egípcia de 1952.

Publicado em 1961, O ladrão e os cães marca uma ruptura em relação à obra prévia de Naguib Mahfuz, o maior representante moderno da literatura em língua árabe. Trata-se de um romance psicológico, mais impressionista que realista, cujo personagem principal lembra, às vezes, o Raskólhnikov dostoievskiano. Por meio do estilo pungente do autor, o leitor se vê no lugar de Said e, em meio ao desespero e à decepção, compreende a estrutura e as engrenagens da sociedade egípcia, uma das nações que mais turbolências enfrentou durante o século XX.

Naguib Mahfuz (1911-2006) nasceu no Cairo, Egito. Escreveu mais de trinta romances, centenas de histórias, vários roteiros para filmes e cinco peças teatrais. Foi o primeiro e único escritor de língua árabe a receber o Prêmio Nobel de Literatura (1988). Entre suas obras mais conhecidas está a monumental Trilogia do Cairo (1956-1957).

Não conhecia nada deste autor, até aparecer esse livrinho na minha frente. Comecei a ler, meio despretensiosamente, até me sentir completamente fisgado pelo fascinante universo de Mahfuz. A maneira como faz sua narrativa, profunda, tocante, áspera, nos coloca realmente na pele de Said Mahran, figura central da história. Através da técnica do fluxo de consciência, Mahfuz nos mostra toda a aflição e desespero de Said, enquanto este se perde na busca pela vingança doentia contra aqueles que o traíram e de certa forma o condenaram a este agustiante destino.

O livro consegue prender muito bem a atenção, em cada uma das 137 páginas, e à medida que se tenta entender o psicológico de Said, vivenciamos vários costumes da cultura arábe, como a oração sagrada matinal. A mente conturbada do protagonista, algumas vezes consegue deprimir de verdade, tamanha a carga de pessimismo, ora irônico, ora realmente cruel que transborda de suas maquinações.

Outro personagem de força notável na história é o xeque Ali al-Junaydi, responsável por conselhos espirituais, representando a voz moral no romance. Suas colocações, altamente filosóficas e reflexivas, tentam organizar a mente perdida de Said.

Por falar nessas colocações, que são um destaque à parte, estou fazendo um estudo em cima do livro, traçando as principais e mais significativas. Iria postá-las aqui, mas para não misturar muito os temas, vou deixar para uma postagem futura!

Bom, enfim, é realmente uma ótima leitura, onde tudo se desenvolve rápido e sem delongas. Nas últimas páginas, o desfecho da epopeia de Said consegue ser no mínimo inesperado, como são, aliás, a maioria das passagens. Através desse livro, comecei a estudar a fundo a obra de Naguib Mahfuz, buscando mais de seus livros nas livrarias e informações sobre ele (que podem até ser assunto para uma postagem futura, quem sabe). Por um acaso do destino, encontrei toda a Trilogia do Cairo - sua obras mais aclamada - a um preço excelente na Bienal do Livro, recentemente. A leitura de O Ladrão e os Cães também me despertou muitas aptidões, como a vontade de aprender a falar e escrever árabe =) Pode soar estranho, mas acho que por ter uma raiz síria na família, seria bastante justo. Além disso, acho muito interessante a grafia das letras. Já comprei até uma gramática arábe! E tem um curso que estou em vista de fazer; agora é só ter a determinação!

Ah, e quem quiser se aventurar nas ruas do Cairo nas páginas de O Ladrão e os Cães, procure em qualquer livraria a ótima edição pocket da L&PM , por apenas R$11,00 ;)

Veja mais sobre O Ladrão e os Cães nesta postagem.